A notícia triste que tivemos recentemente foi a morte de Rolando Boldrin. Um gênio, a personificação de nossa cultura. Boldrin já foi homenageado por nós, e graças a Deus em vida, no "Conheça o Craque". Mas hoje quero prestar uma homenagem ao Rolando Boldrin "contador de causos" e cantor. Em 2013 num dos programas "Sr. Brasil" (aliás nunca um nome de programa foi tão apropriado), nosso monstro da cultura contou mais um de seus "causos" e cantou uma música muito alegre chamada "Futebol da Bicharada" de autoria de Raul Torres. Curta esse vídeo delicioso com uma das maiores senão a maior personalidade de nossa cultura!Vá em paz, Rolando Boldrin! Muita luz no seu caminho!
Letra
Lá no arraiá das coruja fizero dois cumbinado
O time do quebra-dedo, e o time do pé-rapado
A bicharada reuniu, formaro logo seu quadro
Nóis fumo vê esse jogo, por sê um jogo falado
A bicharada pediu pro jogo sê irradiado
Na estação du lugá, PRJ-Bichado
O ispriqui era o jumento, rapaizinho apreparado
As quinze hora da tarde o jogo foi começado
O time do quebra-dedo tinha fama de campeão
Sapo jogava no gol, béqui de espera o leão
Cavalo o béqui de avanço, o arco esquerdo preá
Veado de center-arco, arco direito o gambá
A linha tava um perigo, na meia jogava o rato
No centro jogava o tigre, na otra meia o macaco
Na esquerda jogava o bode, direita jogava o gato
E pra atuá di juiz, foi convidado o lagarto
Boa tarde senhoras e senhores
Ai que bicharada gorda, barbaridade
O tigre deu a saída, coelho foi pra tirar
O tigre passô pru bode, mais quando ele foi chutar
Puxaro a barba do bode, o bode foi recramar
Juiz falô que num viu, cachorro já quis brigar
A cabra muié do bode, xingô o juiz de ladrão
Torcida do quebra-dedo fizéro recramação
A capivara e a cotia pegaro a xingá o leão
Preguiça dava risada, de vê o sapo de carção
Largato que era o juiz, na hora dele apitar
Tinha engulido o apito, num pôde o jogo parar
A torcida entrô no campo, de pau, de faca e punhar
O pau cumeu direitinho, mataro três no lugar
O bode ficô ferido, mataro o béqui leão
Rasgaro a saia da cobra, cavalo quebrô a mão
O sapo saiu correndo, jogou-se no riberão
Por que na hora da briga ele ficou sem carção
O jogo num terminô, pur isso ficô empatado
Agora nóis vai falá, do center-arco veado
Nervoso ele dizia, entre suspiros e ais
Ai meu Deus do céu qui jogo bruto, meu Deus, que estupidez
Assim num jogo, num jogo, num jogo mais
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