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Opinião objetiva - O que houve com o futebol?

Foto do escritor: Jota JorgeJota Jorge

Amigo do esporte,


me pego por vezes refletindo sobre o que houve com o futebol. Antes, um jogo emocionante, vibrante, espetacular, pura arte. Jogadores engajados no espírito de equipe, jogando pelo clube, ganhando um salário pequeno, visto como marginal, mas de um caráter ímpar dentro de campo.

Fora, tinha suas aventuras, suas farras. Mas em campo jamais deixava de mostrar a arte, o comprometimento, o profissionalismo. Jogava por amor ao clube ou pela honra, pela personalidade. Se fora das quatro linhas extrapolava em suas noitadas, a grande maioria jamais deixava de cumprir com sua obrigação em campo.

O jogo era mais calmo, mais espetáculo, mais cadenciado, mais clássico. Pois bem, hoje tudo mudou. Os jogadores em sua maioria evangélicos, têm comportamento exemplar fora das quatro linhas em sua maioria.

Se benzem a cada jogada, agradecem a Deus por cada gol, cada jogada de grande efeito. Dentro de campo, usam de artifíci os para cada vez mais estarem em evidência. Bandagem nas mãos, calções arregaçados com as coxas a mostra, uma perna com o calção normal e a outra arregaçada, chuteiras coloridas, penteados exóticos, cabelos descoloridos, enfim uma parafernália que na verdade descaracteriza o jogador, passando a ser tudo, menos jogador de futebol.

Talvez um artista, já que a qualquer contato rola no chão como se tivesse fraturado algum osso, mas que de repente se levanta como se nada tivesse acontecido. Ou então um ativista, visto que a qualquer lance contrário a sua convicção passa a reclamar do árbitro, dos adversários e até dos companheiros.

Na verdade são magistrais canastrões que se julgam grandes atores. Qualquer Zé Ninguém se acha um Raul Cortez, um Paulo Autran ou no âmbito internacional um Robert de Niro, Dustin Hoffman, um Al Pacino. Pobres coitados. Não ganharam nada e nunca vão ganhar.

Ao invés de se espelharem em jogadores de verdade do passado com chuteiras pretas, cabelos normais, sem frescuras, mas que ganharam tudo o que disputaram, preferem estar em evidência por outros artifícios.

Não pensam no coletivo, mas só no pessoal. Um quer aparecer mais do que o outro. Vaidade, inveja, soberba, vários defeitos que ao invés de acrescentar algo na carreira, acabam por construir uma carreira infeliz de insucessos, de derrotas e vexames. O que se pratica hoje não é futebol. É um teatro cujo elenco é de péssima qualidade e que será sempre fadado ao fracasso.

Ah! Quanta saudade do futebol de verdade! Saudade que machuca porque sabe que a volta dos lindos tempos é uma utopia. Não tem mais volta! Até mais!

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